O Nissei

Era um jogo de veteranos. Mas não de veteranos quaisquer. Eram os veteranos do Palmeiras versus um catado de ex-profissionais que haviam participado de times como XV de Jaus, Inter de Limeiras, Asas de Arapiraca, Goiases, etc...Times que haviam tido a impetulância de terem vencido o glorioso Palmeiras em jogos decisivos, em alguma época.
Havia, nos veteranos do Palmeiras, uma clara tentativa de demonstrar para o adversário que aquele seria mais um jogo entre amigos. Os abraços senis guardavam a sede de vingança das longas noites de insônia em seus lençóis. Mas, finalmente, o bem venceria o mal. Seria um final triunfante, como no quarto movimento da nona de Beethoven. E a vingança viria num prato frio, como em Kill Bill.
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Bem, o jogo em si pouco importa. O enredo é óbvio. O catado virou o jogo no finalzinho. E, apesar dos doze minutos de acréscimo do juiz, impostos pelos donos da festa, o resultado não mudou.
Os jogadores do catado, visivelmente constrangidos, tentavam aparentar espanto pelo resultado. Enquanto isso, os veteranos do Palmeiras cercavam o juiz pedindo mais cinco minutos.
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Abraços.
Desculpas. Por parte do catado.
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Na arquibancada do pequeno estádio, um rapaz nissei solitário ouvia tranquilamente a quinta de Beethoven no seu Ipod.
Aguardando, pacientemente, o momento mais apropriado de usar sua Hattori Hanzo, que comprara na 25 de março.
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